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feliz aniversário pra mim.

Às vezes eu me pergunto o que devo esperar da vida.
Eu sei, talvez ainda seja cedo demais para perguntas tão grandes, dessas que parecem pesadas para alguém da minha idade. Mesmo assim, sempre existiu em mim essa curiosidade inquieta sobre o futuro, como se alguma coisa estivesse à minha espera, mesmo antes de eu saber o quê.

Quando aceitei viajar com Scorpius para ver um meteoro, não imaginei que ele cairia em um cemitério. Não imaginei o frio cortante, nem a madrugada escura demais, nem que acabaríamos rolando no chão entre lápides e folhas úmidas, rindo como se o mundo fosse só nosso.
Definitivamente, não era o cenário que eu teria escolhido.

E ainda assim… foi a viagem mais incrível que já vivi.

Talvez porque, mesmo cercada de morte, eu me senti mais viva do que nunca. Talvez porque ele estava ali. Porque transformou um pedaço do céu em um colar, algo concreto, algo meu. Nosso.

Ele me chama de sardenta como se fosse provocação, mas eu sei, sei mesmo, que ele gosta de observar cada uma delas, como se fossem constelações no meu rosto.

Quando vimos o rastro brilhante riscando o céu, eu fiz um pedido. Ele também. Quem diria que, pelo menos uma vez na vida, concordaríamos completamente com algo sem precisar discutir. O universo deve ter rido da nossa coincidência.

Ouvi meu primeiro “feliz aniversário” naquela noite. Não houve bolo, nem velinhas, nem pedidos sussurrados antes de apagar a chama. Ele já tinha feito isso por mim. Pediu antes. Escolheu antes.

E além de um colar, eu ganhei um namorado.
Espero que meu pai não tenha um infarto quando descobrir.

Talvez agora eu entenda melhor o que sempre procurei ao pensar no futuro.

Se for isso que as estrelas guardam para mim, acho que, pela primeira vez, não tenho medo ou receio do que vem depois.

Ansiosa para ver suas covinhas novamente.